Deixa a poeira cobrir as estantes.
Ela testemunha nossa vida
distante, despreocupada de si mesma.
Quando voltarmos a ela
haverá um vazio que cobriremos
com a fina névoa desses corpos.
Deixa a poeira cobrir os móveis.
Ela saberá que estamos longe
cuidando de nós mesmos
minha pele renovando-se na sua
meus dedos explorando seus territórios.
Deixa a poeira isente de nós
alheia ao movimento.
Ela contenta-se feliz por ser
por cima
por beira
poeira.
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