“Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…”

Clarice Lispector

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

ESPAÇOS VAGOS

Nos espaços vazios
ponho poesia.
Letras aladas, rimas distraídas
onde não há nada.
Dia chuvoso, tempo corrido
sustos, gritos.
No lugar desses
ponho melodia.
A alma não precisa estar atada ao chão
como uma casa que deseja outras paisagens
mas está destinada à prisão.
Minhas lembranças desejam viajar
levitar pelo céu de devaneios e maravilhas.
Que graça teria se a vida vivesse apenas de realidade?
Por isso ponho poesia
nos espaços vagos da vida.

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