Lendo um fotolog, achei a seguinte texto de Tati Bernardi:
"Eu sou sim a pessoa que some, que surta, que vai embora, que aparece do nada, que fica porque quer, que odeia a falta de oxigênio das obrigações, que encurta uma conversa besta, que estende um bom drama, que diz o que ninguém espera e salva uma noite, que estraga uma semana só pelo prazer de ser má e tirar as correntes da cobrança do meu peito. Que acha todo mundo meio feio, meio bobo, meio burro, meio perdido, meio sem alma, meio de plástico, meia bomba. E espera impaciente ser salva por uma metade meio interessante que me tire finalmente essa sensação de perna manca quando ando sozinha por aí, maldizendo a tudo e a todos.Eu só queria ser legal, ser boa, ser leve. Mas dá realmente pra ser assim?"
Vivo me procurando em frases alheias, procurando ver-me em fotos, em sensações, em caras de estranhos. Não por que não me conheça, mas porque sinto-me única num mundo tão capitalista, tão egoísta, tão preocupado com aparências, que quando me vejo em alguém, agarro-a fortemente e reluto para deixá-la ir embora.
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