“Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…”

Clarice Lispector

sábado, 12 de março de 2011

BANDEIRA BRANCA

Não quero a paz branquinha
com a cara pálida.
Quero cor com gosto de felicidade,
adrenalina.

Não quero a paz sem graça,
o silêncio doendo os meus ouvidos.
Quero o barulho dos sorrisos, dos olhares de desejo.


Não quero a paz dos lugares vãos.
Quero a sala cheia de avós, crianças.
Quero ver-me nas rugas dos asilos
e recomeçando
nos berços inundados de vida nova.

A minha paz tem a cara do recomeço,
do círculo em pleno movimento.

A paz anda, fervilha
rompe
esses rótulos de bandeira branca.

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