“Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…”

Clarice Lispector

terça-feira, 2 de agosto de 2011

TROCA

Há de se perder tempo
para ganhar liberdade.
Olhos cristalizados
Saliva apurada pelo deleite.

Há de ser ganhar alegria
para perder insônia.
Cantos de boca
mastigam os dias futuros
antecedem escondidas dores.

Dê-me algo para entregar-me
Meu preço não é caro
mas é raro.
Passe a recompensa de uma mão para outra:
uma rouba
a outra doa.

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