“Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…”

Clarice Lispector

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

TRÊS LINHAS DE INFINITO



Ser breve
apesar da imensidão
Ser rápida
apesar da extensão
Prolixo
já não cabe
Há de ter conteúdo
em três linhas de infinito.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

RODA DE LEITURA COM CYELLE

 
Matéria publicada no Jornal A União, no dia 10 de agosto de 2011.
Caderno de Cultura e Diversão - Palco
Coluna #Cena Aberta
cultura.aunião@gmail.com


RODA DE LEITURA COM CYELLE
"A poetisa Cyelle Carmem participa hoje, às 9:30, na Sala de Convenções 1 da Estação Cabo Branco - Ciência, Cultura e Artes,de  no Altiplano, da Roda de Leitura e Poesia, uma das atividades do Projeto Estação Poética, que, este mês, contará com a participação do grupo de idosos Todos em Ação, do bairro de Mangabeira, com o objetivo de estimular o gosto pela leitura. Cyelle é natural de João Pessoa e é uma das integrantes do coletivo de poetas Caixa Baixa".
 

 

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Agosto das Letras


Sabe qual é o melhor remédio para o coração?
Não é fazer corridas regulares, nem ter alimentação saudável. Não apenas isso!
Não é ter uma vida tranquila, nem beijar na boca quem nos dá tesão. É bom, né? Mas não basta.
O melhor remédio para o coração é ouvir poesia, senti-la, deixa-la nos embalar.
Ontem tive o prazer inestimável de assistir ao Grupo Teatrália encenando "Ensaios Fotográficos" de Manoel de Barros.
Na voz de Gustavo Limeira, ouvi os versos abaixo:

Veio me dizer que eu desestruturo a linguagem. Eu desestruturo a linguagem? Vejamos: eu estou bem sentado num lugar. Vem uma palavra e tira o lugar debaixo de mim. Tira o lugar em que eu estava sentado. Eu não fazia nada para que uma palavra me desalojasse daquele lugar. E eu nem atrapalhava a passagem de ninguém. Ao retirar debaixo de mim o lugar, eu desaprumei. Ali só havia um grilo com sua flauta de couro. O grilo feridava o silencio. Os moradores do lugar se queixam do grilo. Veio uma palavra e retirou o grilo da flauta. Agora eu pergunto: quem desestruturou a linguagem? Fui eu ou foram as palavras? E o lugar que retiraram debaixo de mim? Não era para terem retirado a mim do lugar? Foram as palavras pois que desestruturaram a linguagem. E não eu.
(Manoel de Barros)

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

CAIXA BAIXA EM VOZ

O primeiro vídeo é uma poesia de Bruno Gaudêncio e o segundo vídeo do meu grande amigo Jairo Cézar.


terça-feira, 2 de agosto de 2011

TROCA

Há de se perder tempo
para ganhar liberdade.
Olhos cristalizados
Saliva apurada pelo deleite.

Há de ser ganhar alegria
para perder insônia.
Cantos de boca
mastigam os dias futuros
antecedem escondidas dores.

Dê-me algo para entregar-me
Meu preço não é caro
mas é raro.
Passe a recompensa de uma mão para outra:
uma rouba
a outra doa.