“Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…”

Clarice Lispector

terça-feira, 19 de abril de 2011

Passa tempo!

Passa tempo!
mas não dentro de mim
que seus ventos
assanham meus cabelos
desalinham o vestido.

Passa
na esquina dos desesperos
fantasmas do desassossego
alicerces do desapego.

Passa tempo!
mas não perto de mim
traquinagens da efemeridade
cresce a criança que levo na mão.

Passa
na rua do trovador
no beco da pobre flor
na cova do mau amor.

2 comentários:

Jairo Cézar disse...

Belas imagens, poema despoluído e uma certa concisão.
Vejo que sua evolução caminha a passos largos, poeta.

Cyelle Carmem disse...

Elogios vindos de você são especiais. A convivência com grandes poetas tem ajudado bastante. As sugestões são sempre bem-vindas. Obrigada, meu amigo.