“Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…”

Clarice Lispector

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Óbvio

Confundem-se abismos
Saltos de um passado execrado.
Foram-se prisões em torres
tormentas das mais devastadas.
Assim são
e ficam a olhar-me,
para o óbvio.

(Cyelle Carmem)

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência , essa ausência assimilada,
ninguém a rouba de mim.

(Carlos Drummond de Andrade)

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