Você carregava sua solidão
debaixo do braço
como quem leva tesouro.
Não olhava para os lados
não via gente
nem vida
nem dor.
Você carregava sua paixão
debaixo do braço
como quem leva cristal.
Não sentia remorso
não via futuro
nem estrada
nem dimensão.
Você
carregava
seu coração entre as mãos.
Ia vender na feira
como quem desiste de um cão.
Ele destruiu a casa, os móveis
não tinha mais salvação.
“Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…”
Clarice Lispector
domingo, 28 de abril de 2013
quarta-feira, 24 de abril de 2013
Óbvio
Confundem-se abismos
Saltos de um passado execrado.
Foram-se prisões em torres
tormentas das mais devastadas.
Assim são
e ficam a olhar-me,
para o óbvio.
(Cyelle Carmem)
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência , essa ausência assimilada,
ninguém a rouba de mim.
(Carlos Drummond de Andrade)
Saltos de um passado execrado.
Foram-se prisões em torres
tormentas das mais devastadas.
Assim são
e ficam a olhar-me,
para o óbvio.
(Cyelle Carmem)
Ausência
Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência , essa ausência assimilada,
ninguém a rouba de mim.
(Carlos Drummond de Andrade)
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