“Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…”

Clarice Lispector

quarta-feira, 2 de maio de 2012

DELIZADEZA



Toca-me com a delicadeza dos dedos
na superfície fina, frágil.
Ferida aberta de encontro breve
mantida por infinitos dias.

Toca-me com a delicadeza dos dedos
prévia de abraços interrompidos.
Adeus por dizer
indefinição do que fomos.

Toca-me com a delicadeza dos lábios
transpiração de um amor sufocado.
Sabor apurado pelo tempo
fermentação de vinho raro.

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