“Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…”

Clarice Lispector

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O CORPO AINDA É POUCO




Ainda o corpo
sem lugar
é pouco.
Geografia do nada
Fronteiras dos outros.
Vago movimento
Satélite sem identidade.

O corpo é pouco
Janela de vidro
na fina retina
forte
quebra na esquina.

Ócio sólido
do capricho divino
cascalho dividido
só decora cantos de estrada.
Fica para trás
como passado esquecido.

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