“Não me prendo a nada que me defina. Sou companhia, mas posso ser solidão. Tranquilidade e inconstância. Pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono! Música alta e silêncio. Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer…”

Clarice Lispector

domingo, 17 de julho de 2011

FARSA

Desconfio que alguém vive minha vida
Estou sempre à margem do que vejo
O que almejo chega como um sonho
e logo acordo.
Acho que outra está com minha vida
Não sinto o que devo sentir
Não tenho o que devo ter
Não escuto o que devo ouvir.
Suponho que alguém está além
por trás desse fino véu
onde vejo minha história
mas está longe do que posso tocar,
distante dos meus dedos.
Agora sei!
Outra finge ser eu
e até agora não conseguir provar
que ela é a farsa
e não eu.

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