Não saí para ser bonita
O brilho ficou na gaveta
Os olhares passam rentes ao meu ocultismo.
A bela sente inveja da fera
por ser livre, ser visceral.
Animal domado faminto
realimenta os perigosos instintos.
Não acordei para ser bonita
Os lábios permanecerão opacos,
absortos e secos.
Os olhares não resistem à neutralidade do ser.
Pula aos olhos apenas
o evidente,
o latente,
o vibrante,
o incandescente.
Mas hoje, não sou bonita
não aos olhares unânimes
dos ocupados domadores.
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